2011-04-26

Paradoxo

Faz frio lá fora. Pela janela, dá para ver o vento envolvendo delicadamente as folhas.
O crepúsculo se apresenta em um tom alaranjado fraco, quase que rosado.
O mar, apesar do vento, mantêm-se em uma calma pouco habitual.
Ao longe, ouço pássaros. Som embaçado e entremeado pelos ruídos dos ônibus e carros.
Acordo.

Sim, estou na cidade.
Em uma junção do rural com o urbano, com o verde e o cinza, um contraste entre a grama e o cimento, o paradoxo é quase tangível.
Na expropriação da natureza, tomamos o seu habitat. Na exploração da terra, roubamos seus recursos.
Quando isso tudo vai acabar?
Acordo.

Só há um modo para acabar com este contraste. Uma via de mão única. E ainda há tempo para seguí-la.


2011-04-17

Montanhas

Escuto dois sons diferentes. O primeiro, de algum animal silvestre, com um incessante mas agradável burburo. O segundo é o som da água. Um riacho, que com seus encontros e desavenças com as rochas cria um das mais doces melodias que se possa escutar.

Atrás de mim, não vejo nada. Nada há. Para que olhar pra trás se o que vejo na frente me fascina, me prende, me leva, me inspira?
Ondulações informes, verdes ondulações. Se assim já é de se espantar, de fazer com que você se admire, imagine como era antes. Florestas com cores muito mais vivas, em um ambiente muito mais harmonioso.
E o que me prende, principalmente, são as montanhas. Não paro de olhar para elas. A primeira coisa que surge em minha mente é "Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro?" Slm 121.

Ao cair a noite, o cenário é outro. Simplesmente é fascinente a dona Lua. Não tem como uma pessoa olhar para cima e não admirá-la e contemplá-la. Para mim, especialmente, é uma das coisas mais belas de se ver: um céu repleto de estrelas e uma lua cheia para o preencher.

Em face de todas estas maravilhas, como posso negar? Como pode tudo ser obra de um acaso? Como cada mínimo detalhe, cada pequena definição pode surgir do nada? E eis que vem a resposta: "O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra." Slm 121.

Escuto dois sons diferentes. O animal silvestre continua com seu burburo, e a água permanece com sua doce melodia. De fato, toda a natureza revela o amor de Deus.


2011-04-05

E se o mundo parasse por 1 dia?

E se o mundo parasse por 1 dia? Já imaginou? Consegue imaginar?
E não estou falando em um sentido restrito, mas genérico.  Empresas, organizações, governo, aeroportos, veículos, lojas, internet, telefone, televisão, rádio, equipamentos, fábricas, indústrias, comércio, atacado e varejo,construções e demolições, máquinas, celulares. Cidadades inteiras paradas, como se nunca tivessem sido habitadas.
Você pode pensar: tá, mas e os hospitais? E quanto as pessoas que irão morrer se não receberem
tratamento adequado? Ou: e a segurança? Não terá policiamento nas ruas? Pois é, eis um ponto a se pensar. Mas se colocarmos de lado estas questões, que são essenciais mas que não se enquadram na nossa idéia agora, pinte a tela em sua mente. O que aconteceria? O que você faria se nada, em todo o globo, estivesse funcionando? Sem poder acessar facebook, twitter, google? Indo mais além, o que o mundo faria em um dia assim?

Silêncio. Definitivamente seria a primeira grande diferença a ser sentida.  Um silêncio total, sem ruídos e barulhos do cotidiano. Só o som do vazio, ou do vento, do mar, das folhas. Silêncio do nada.
Apreciação. Da natureza, da beleza da vida, da flora e fauna, das amizades, da família. Valores hoje desfigurados em virtude de inúmeras variáveis, tantas que nem sei por onde começar. Contudo, o mundo parado em 1 dia com certeza valorizaria estas coisas, e seriam apreciadas.

Uma infinidade de coisas poderia acontecer. Talvez o ser humano gostasse desse pause em sua rotina, e passasse a ser outro ser humano, que se preocupa, se importa e que dá valor. Mas aqui não estou falando no sentido genérico, e sim restrito. O que você faria se o mundo parasse por 1 dia?